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Não deixes que a comparação te roube a alegria de ser mãe

Comparar é o ato de “confrontar uma coisa com outra para lhe determinar diferença, semelhança ou relação”. A comparação está presente na sociedade de forma transversal, somos incentivados à comparação desde pequenos e fazemo-lo quase sem pensar. Comparamos o nosso percurso com o dos outros, comparamos o que temos, o que fazemos, como somos, e levamos essa carga da comparação também para o papel de mãe.

Usamos frequentemente a comparação como medida do nosso valor enquanto mulheres e mães. Frases perigosas como “aquela mãe conseguiu amamentar e eu não“, “aquela mãe faz comida caseira todos os dias e eu não“, “aquela mãe consegue ser mais paciente que eu“ ressoam na nossa cabeça e fazem-nos acreditar que não somos boas mães.

Theodore Roosevelt dizia “A comparação é o ladrão da alegria” porque na realidade medir o nosso valor pela comparação com os outros raramente traz bons resultados. Muito provavelmente vais encontrar sempre alguém que consideras melhor que tu, principalmente na era digital em que tens uma montra de best-off da vida dos outros acessível através de um clique.

Não é em vão que um estudo publicado no Biological Psychology sugere que a exposição a temas relacionados com a maternidade nas redes sociais leva a que as mães tenham níveis mais elevados de cortisol, a hormona do stress. A comparação social com outras mães leva a duvidarmos de nós mesmas e das nossas capacidades enquanto mães.

Para além do mais quando estamos a confrontar a nossa vida com a dos outros não nos apercebemos que não vemos a sua vida real, vemos o que eles nos querem mostrar, pelo que essa comparação nem sequer é justa. No entanto deixamos que essa comparação nos roube a alegria e nos faça sentir pequenas.

Mas porque deixamos que a comparação nos roube a alegria? Porque deixamos que ela nos faça sentir que não somos boas o suficiente?

Porque não nos valorizamos!

Se temos baixa autoestima, se não nos sentimos dignas, a comparação vai estar sempre lá e não nos vai ajudar em nada, apenas vai estar constantemente a roubar-nos a alegria das pequenas coisas e fazer-nos perder tempo precioso a tentar ser perfeitas, tempo esse que podíamos passar com a nossa família.

 

ESTRATÉGIA PARA LIDAR COM A COMPARAÇÃO DE FORMA POSITIVA

Para acabar com este ciclo autodestrutivo existem algumas estratégias que podemos usar para evitar a comparação ou até, por vezes, usá-la a nosso favor.

  • Pratica a autocompaixão – aceita que provavelmente vais fazer muitas vezes comparações, fomos formatados desde cedo para isso é um hábito que custa a quebrar mesmo que saibas que já não te serve

 

  • Considera outras perspectivas – reconhece que provavelmente estás a usar uma métrica irrealista e desajustada, uma vez que tu só vês parte da vida dessa pessoa

 

  • Questiona-te – quando te apanhares a fazer comparações pergunta a ti mesma: porque me comparo com esta pessoa? O que me atrai nela e me leva a fazer comparações? O que é que ela tem que eu valorizo? Deixa-te inspirar por essas qualidades mas evita usares a comparação de forma nociva

 

  • Trabalha em ti própria e valoriza-te – se fores confiante o sucesso dos outros vai-te inspirar e motivar a tornares-te a tua melhor versão em vez de te criar angústia

 

  • Foca-te nos teus próprios objetivos – se estiveres focada em ti e no que queres para a tua vida a vida dos outros pouco vai importar, teres algo que te inspire, que te mova, vai dar um boost na tua autoconfiança e ajudar-te a gerir essa tendência de te comparares aos outros

 

 

COMPETIÇÃO VS COMUNIDADE

Vivemos em constante competição queremos ser a melhor mãe, a mãe perfeita, mas a escala que criámos, a que define o nosso valor e dos outros, é imaginária. Na realidade quando vês um jardim cheio de flores é impossível dizer que uma rosa é melhor que um cravo, ou que uma peónia é melhor que uma tulipa. Todas elas são flores, são únicas, têm a sua beleza, a comparação delas é inútil, o mesmo acontece conosco.

Cada uma de nós tem a sua essência e é do nosso conjunto que criamos um jardim cheio de cor. Por isso devemos evitar a constante comparação, a constante competição entre mães e mulheres e começar criar comunidade, união e harmonia. Pensa em todas as coisas bonitas que podemos criar juntas!

 

NÃO TE ESQUEÇAS QUE ÉS ÚNICA

Nasceste única, não há ninguém como tu, a única comparação justa que podes fazer é contigo própria. Tu és suficiente não tens de ser melhor, pior ou igual a ninguém.

Se te vais comparar, usa a comparação a teu favor e compara-te contigo própria. Pega num papel e caneta e escreve todas as qualidades que vês na tua melhor versão e depois compara-a contigo.

Reflete: O que te falta para percorreres esse caminho? Como te podes tornar a tua melhor versão? Quais são os valores que te movem?

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